Tereza de Benguela é um
ícone de liderança feminina negra, que liderou bravamente homens e mulheres,
negro(a)s e indígenas no Quilombo do Quariterê (Cuiabá - MG) a resistirem à
escravidão por duas décadas sobrevivendo até 1770. Em busca de liberdade e pelo
fim do açoite, ela manteve um sistema de defesa com armas e era uma líder
implacável nas batalhas. Tereza herdou o
quilombo de seu marido Piolho. Após a
sua morte ela assumiu a estrutura política, econômica e administrativa. Eles
desenvolviam agricultura de algodão e possuía teares onde se fabricavam tecidos
que eram comercializados fora do Quilombo.
Também usavam a forja para reaproveitamento dos ferros usados na tortura
em objetos de trabalho.
Com as fugas de escravos cada vez
mais frequentes, e confrontados com a falta de mão-de-obra, os proprietários
das minas e o governador criaram uma missão para capturar os escravos. As
comunidades foram destruídas, muitos negros foram mortos, feridos, torturados e
aprisionados.
Teresa de Benguela foi presa numa
dessas emboscadas e morreu por inanição alguns dias depois da captura.
Recusara-se a comer devido às humilhações e desrespeito a que fora
submetida.
Tereza de Benguela é a representação genuína de
heroína negra que lutou e morreu pela liberdade de um povo escravizado e
oprimido. Não se sabe ao certo se ela
era brasileira ou africana. Mais sabemos
com certeza que ela era especial e estabeleceu um marco histórico na história
do Brasil. Trata-se de uma Candace (rainha guerreira) como Dandara e Maria
Crioula, também Candaces Quilombolas.
Mulheres que junto aos seus quilombos promoveram abolição da escravatura.
Merecidamente, a partir do dia 02/06/2014, com
aprovação da Lei Federal 12.697, o dia 25 de julho foi instituído o Dia
Nacional de Tereza de Benguela e das Mulheres Negras. Temos muito para
refletir e resgatar sobre a realidade das nossas mulheres negras no Brasil e
sobre o legado deixado pelas nossas Candaces Quilombolas. O primeiro passo já foi dado e agora todos os
outros teremos que dar para que “andemos”.
Que nesta data tão especial, sejam realizadas diversas ações que
resgatem a história, memória e honra de nossas heroínas antepassadas e de
nossas heroínas contemporâneas. Que
sejam pensadas e exigidas Políticas Públicas que inclua com dignidade a mulher
negra no mercado de trabalho, na educação e na saúde. Que seja um dia de
visibilidade para as diferente demandas da mulher negra no Brasil e acima de
tudo...que não seja só neste dia.
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